5.3 | Carga de trabalho, fadiga e insatisfação profissional
 

O trabalho implica esforço, sendo que este pode ser mental ou físico.
Partindo deste principio, importa conhecer os efeitos desse esforço por forma a melhor controlar a saúde dos trabalhadores, sendo que a fadiga surge como uma consequência lógica que deve manter-se dentro dos limites permitindo ao trabalhador recuperar depois de um dia de descanso.


Para que esta situação se verifique é fundamental conhecer as exigências de cada trabalho e assim planear e organizar os diferentes trabalhos de acordo com os trabalhadores.


Para além destes factores existem ainda os factores psicossociais que podem condicionar a satisfação profissional dos trabalhadores e consequentemente a qualidade do trabalho.
 

Objectivos:
Conhecer os principais conceitos relacionados com a carga de trabalho e as formas de minimizar os seus efeitos negativos ;
Conhecer os factores que influenciam o aparecimento da fadiga e da insatisfação profissional.

  5.3.1 | Carga de trabalho
 

A carga de trabalho é um factor de risco que existe em todas as actividades e em qualquer empresa.
Por carga de trabalho entende-se o conjunto de requisitos psicofísicos a que se vê submetido o trabalhador ao longo do seu dia de trabalho.
Pode-se, então, falar de carga de trabalho física e mental.

  5.3.2 | Carga física
 

Carga física é o conjunto de requisitos físicos a que um trabalhador é submetido durante o seu dia de trabalho.
Para melhor conhecer e estudar a carga física importa conhecer:
• esforços físicos;
• posturas no trabalho;
• movimentação manual de cargas.

  5.3.2.1| Esforços físicos
 

O grau de dificuldade de uma tarefa é determinado pelo consumo de energia e frequência cardíaca do trabalhador.
Quanto mais difícil é a tarefa, maior é o consumo de energia exigido (medido em quilocalorias) e/ou mais aumenta a frequência cardíaca (comparando o número de pulsações em situação de trabalho com o número de pulsações em situação de repouso).

  5.3.2.2 | Posturas no trabalho
 

As posturas mais desfavoráveis tornam o trabalho mais pesado e desagradável, assim como antecipam o surgimento do cansaço, podendo inclusive ter consequências mais graves no futuro.


A posição sentada é a postura de trabalho mais confortável, embora possa igualmente tornar-se incomoda se não houver troca de posições, que , se possível, impliquem movimento.


A posição de pé implica uma sobrecarga dos músculos das pernas , costas e ombros.

Para evitar a adopção de posturas forçadas e incómodas:
• O plano de trabalho, os órgãos de comando e controlo e as ferramentas devem situar-se dentro da área de trabalho;
• A altura do plano de trabalho deve ser fixada em função do tipo da actividade a ser realizada. Assim, um trabalho de precisão requer uma altura superior, porque a visão desempenha um papel importante no momento de realizar o trabalho. Porém, num trabalho em que predomine o esforço físico, a altura deve ser menor para que possa ser aproveitada a força do corpo.

Para não antecipar o surgimento do cansaço:
• Mudar de posição, por exemplo, para a posição sentada ou para uma postura que implique movimento.

  5.3.2.3 | Movimentação manual de cargas
 

Decreto-Lei nš 330/93, de 25 de Setembro, transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva nš 90/269/CEE, do Conselho Europeu, de 29 de Maio, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde na movimentação de cargas.
Não há legislação que estabeleça o peso máximo para movimentação manual de cargas. No entanto, existem estudos que consideram a carga máxima de 25 Kg aceitável.


Princípios para a movimentação manual de cargas:
• Apoiar firmemente os pés;
• Manter uma distância de cerca de 50 cm entre os pés;
• Dobrar as ancas e os joelhos para pegar na carga;
• Pegar na carga mantendo-a o mais próximo possível do corpo, levantando-a gradualmente, esticando as pernas e mantendo as costas direitas;
• Manter a cabeça levantada;
• Distribuir a carga pelas duas mãos ;

  5.3.3 | Carga mental
 

Carga mental é o nível de actividade mental necessário para executar o trabalho
Factores que incidem na carga mental:
• Quantidade de informação recebida;
• Complexidade da resposta que se exige;
• Tempo de resposta;
• Capacidades individuais.

  5.3.4 | Fadiga
 

Por FADIGA entende-se a diminuição da capacidade física e mental de um individuo, depois de ter realizado um trabalho durante um determinado período de tempo.

  5.3.4.1 | Medidas de prevenção
 

• Adaptar a carga de trabalho (física e mental) às capacidades do trabalhador;
• Situar os órgãos de comando e controlo dentro do campo eficaz de trabalho do operador;
• Organizar as tarefas de modo a que seja possível combinar várias posturas no trabalho;
• Procurar dotar as tarefas de um nível de interesse crescente;
• Controlar a quantidade e a qualidade da informação tratada;
• Adequar, relativamente à tarefa, o número e a duração dos períodos de descanso;
• Escolher um mobiliário de trabalho (mesas, cadeiras,...) adequado às tarefas a serem desempenhadas e que cumpra determinados requisitos ergonómicos;
• Manter dentro dos valores de conforto os factores ambientais (ruído, iluminação, temperatura, etc.);
• Aconselhar uma nutrição adequada em conformidade com o consumo metabólico produzido no trabalho.

  5.3.5 | Insatisfação profissional
 

“ É o grau de mal estar que o trabalhador experimente devido ao seu trabalho”, indicando em que medida as características do trabalho não se coadunam com os desejos, aspirações ou necessidades do trabalhador.


A insatisfação profissional surge principalmente devido a factores da organização do trabalho ou psicossociais, tais como: salário, falta de responsabilidade, más relações, trabalhos rotineiros, características individuais dos trabalhadores, etc. Nem todos reagem do mesmo modo à mesma situação profissional.


A melhor maneira de prevenir a insatisfação profissional é actuar sobre a organização do trabalho:
• Favorecendo novos modelos de planeamento das tarefas que facilitem a participação e o trabalho em grupo, fugindo dos trabalhos monótonos e repetitivos.
• Assumindo mudanças que partam da Direcção da Organização (Empresa, Estabelecimento ou Serviço) e que afectem todos os canais de comunicação, promoção e formação dos trabalhadores.

 

  5.3.5 | Insatisfação profissional
 

“ É o grau de mal estar que o trabalhador experimente devido ao seu trabalho”, indicando em que medida as características do trabalho não se coadunam com os desejos, aspirações ou necessidades do trabalhador.
A insatisfação profissional surge principalmente devido a factores da organização do trabalho ou psicossociais, tais como: salário, falta de responsabilidade, más relações, trabalhos rotineiros, características individuais dos trabalhadores, etc. Nem todos reagem do mesmo modo à mesma situação profissional.
A melhor maneira de prevenir a insatisfação profissional é actuar sobre a organização do trabalho:
• Favorecendo novos modelos de planeamento das tarefas que facilitem a participação e o trabalho em grupo, fugindo dos trabalhos monótonos e repetitivos;
• Assumindo mudanças que partam da Direcção da Organização (Empresa, Estabelecimento ou Serviço) e que afectem todos os canais de comunicação, promoção e formação dos trabalhadores.

 

  5.4 | Sistemas elementares de controlo de riscos, protecção colectiva e individual
 

A acção preventiva tem como principio básico o combate aos riscos na origem, embora isto nem sempre seja possível.


Quando se verifica esta impossibilidade, é necessário adoptar medidas alternativas tais como:
• Protecção colectiva – É a técnica que protege todas as pessoas contra riscos que não é possível evitar ou reduzir;
• Protecção individual – Protege exclusivamente o trabalhador que a usa, devendo contudo, ser utilizada apenas quando os riscos não puderem ser suficientemente eliminados ou controlados através dos meios de protecção colectiva ou pela correcta organização do trabalho .